Em janeiro de 1996, duas criaturas extraterrestres foram capturadas na cidade de Varginha, sul de Minas Gerais e conduzidas para análises em hospitais próximos e necropsia em Campinas (SP). Ao menos é isso que a televisão, jornais e todo tipo de mídia da época noticiou. O incidente ficou conhecido entre os ufólogos como “Caso Varginha” e chamou a atenção do mundo todo por muito tempo. Duas irmãs e uma amiga teriam feito um contato de 3º grau com um extraterrestre, tornando-se as protagonistas do caso. Mas realmente existe provas o suficiente para acreditar em tudo isso? Hoje não é difícil encontrar na internet textos sensacionalistas e de nenhuma credibilidade acerca do assunto, com fatos e afirmações que não são exatamente verdade.
O que há de concreto sobre o caso?
Alguns relatos tornaram-se peças-chave. As irmãs que supostamente fizeram o contato mais impressionante, fizeram uma descrição com bastante detalhes do ser.
1 – Cabeça grande, desproporcional ao corpo. Sem cabelos.
2 – Grandes olhos de cor vermelha e sem pupila.
3 – Três protuberâncias na parte superior da cabeça, semelhantes a chifres.
4 – Língua de cor negra, comprida e estreita.
5 – Pele marrom, coberta com algum tipo de oleosidade.
6 – Aproximadamente 1 metro e 60 centímetros de altura.
7 – Veias salientes na região do rosto, do braço e do ombro.
8 – Três dedos nas mãos.
9 – Dois longos dedos nos pés, sem unhas.
10 – Sua fala era semelhante a um zumbido de abelhas.
11 – Exalava um cheiro parecido com amônia.
Tomando isso como base, surgem algumas perguntas. A primeira delas é se essa descrição é prova suficiente para a mídia sair divulgando como um fato. A resposta é não. Por mais encantador que o caso possa parecer, sempre devemos ter em mente que nenhum ser humano está livre de se enganar, nem mesmo um político, um piloto de avião ou um militar. Sabemos que as alucinações coletivas são comuns em todas as gerações. Mas uma segunda pergunta surge. Segundo o relato das três garotas, elas viram a criatura agachada, supostamente doente ou ferida. Pensando ser alguma manifestação demoníaca, as três fugiram em seguida e muito assustadas. Sendo assim, como poderiam relatar com tantos detalhes a aparência do tal ser, sendo que o contato, aparentemente, durou apenas alguns segundos? A partir disso surgem ainda mais perguntas. Uma pode ter influenciada a outra? Elas podem ter confundido um morador doente mental com um extraterrestre, como afirma o Inquérito Policial Militar?
Outro ponto chamou a atenção no caso. Um senhor afirma ter visto um disco voador se chocar contra seu pasto. Em seguida, militares viram e recolheram os destroços. Mais uma vez, a única prova que temos desse acontecimento é a palavra da testemunha, já que o exército nega tudo e os ufólogos jamais encontraram vestígios da suposta nave no território do acidente.
Um dos argumentos mais usados pelos defensores do ET de Varginha diz respeito a grande movimentação de bombeiros e até mesmo de alguns militares no mesmo dia em que as meninas relataram o contato. Todavia, essas especulações foram descartadas. Documentos emitidos pelos bombeiros relatam um aumento nas chamadas no dia do acontecimento. Mas não por causa de uma invasão alienígena. A chuva atingia a região já há alguns dias e havia forte vento, provocando os mais diversos transtornos na cidade, que conta com pouca capacidade de operação dos bombeiros, sendo necessário a ajuda de militares.
Há ainda outros relatos de um avistamento dos seres em um zoológico e de mortes de animais meses depois, mas não vou estender mais os relatos das testemunhas.
Concluindo este tópico. Não há nada muito concreto.
Por que você não deve acreditar no ET de Varginha?
Por mais incrível e empolgante que seja esse caso, nunca houve provas convincentes. E não foi por falta de pesquisas e investigações. Órgãos dos mais diversos tipos estiveram por anos na cidade de Varginha estudando os acontecimentos. A conclusão é que nunca encontraram uma amostra de DNA alienígena nas regiões onde os seres foram avistados/capturados ou algum pedaço da nave acidentada. Infelizmente, sem provas físicas, é muito difícil considerar uma história como verdadeira. O resultado é que 20 anos depois, o caso passou a integrar o folclore nacional, a história “mirabolante” do ET de Varginha, caindo em total descrença.
A história é uma sequência de acontecimentos que levou a população quase a um estado de pânico. Com toda a atenção que a mídia estava dando, muitos falsos relatos apareceram, atrapalhando ainda mais as investigações. Precisamos ter em mente que de tempos em tempos, uma história incrível como essa aparece e é sustentada por diversos interesses. Nesse caso, a cidade de Varginha deu total apoio ao sensacionalismo da mídia, que atrai até hoje milhares de turistas para a “cidade do ET” que conta até mesmo com pontos de ônibus em formato de nave espacial, dentre outras referências na cidade.
Para finalizar, uma visão mais simples e racional acerca do assunto. Imagine quantas centenas (ou milhares) de anos de evolução tecnológica precisaremos para visitar outros sistemas planetários, tendo em vista que a chance de um planeta habitado por uma civilização inteligente estar próximo a outro também habitado é quase zero. Se uma civilização de fato alcançou tal feito, como você as imaginaria? Como criaturas monstruosas, de hábitos quase selvagens? Sempre haverá muita especulação para descobrir o que era de fato o ET de Varginha. Mas, enquanto isso, tente não dar muita atenção a teorias de testes genéticos e serviçais biologicamente programados. Priorize sempre o que há de concreto.
Se algo não pode ser provado, não vale a pena acreditar.