O Sistema Solar não foi mais o mesmo desde que Plutão foi rebaixado à condição de planeta anão – muitas apostas caíram por terra desde que a decisão foi tomada. No ano passado, porém, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia sugeriram que pode haver um Planeta número nove por aqui e talvez, ainda, um décimo. A equipe afirmou que esse planeta parece deter dez vezes a massa da Terra e que vem se escondendo nos rincões mais remotos do nosso Sistema Solar – muito além da órbita de Plutão.
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No momento da descoberta, o pesquisador Mike Brown, que participou do trabalho, observou que a existência de um nono planeta é bastante possível. Em seu Twitter, escreveu: “Olá, fãs do Planeta Nove! Um novo e excêntrico KBO foi descoberto. E ele está exatamente onde o nono planeta deveria estar”. Além disso, diz ele, o novo objeto “traz uma probabilidade abaixo de 0,001% de se tratar de uma mera coincidência estatística”.
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Descobertas semelhantes surgiram com relação a novos planetas anões. Localizado a cerca de 13,7 bilhões de quilômetros de distância do Sol, o corpo planetário 2014 UZ224 mede cerca de 530 quilômetros de diâmetro e leva aproximadamente mil e cem anos até completar a sua órbita. E assim, nosso menor cantinho do cosmos tem se mantido em fluxo constante.
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Movimentos no Cinturão
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Kathryn Volk e Renu Malhotra, da Universidade do Arizona, notaram movimentos estranhos no Cinturão de Kuiper. Segundo eles, esse movimento poderia sugerir a existência de um décimo planeta. Para clarear um pouco: objetos no Cinturão de Kuiper estão localizados a uma longa distância de outros grandes corpos do Sistema Solar. Por esse motivo, a influência gravitacional dos planetas maiores não os afeta (ao menos, não em um grau mensurável). No entanto, seus movimentos ainda podem ser previstos, graças a inspeções celestes e a uma série de tecnologias avançadas.
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Notavelmente, se essas previsões não baterem, isso pode significar a existência de outro objeto – um corpo também maior – para além da nossa visão, cuja gravidade impactaria o movimento dos objetos no Cinturão de Kuiper.
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Mais perto de casa
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A busca pelo Planeta Nove levou cientistas a acreditarem que sua órbita gira a 700 Unidades Astronômicas (UAs) de distância do Sol. No entanto, Volk e Malhotra defedem que esse décimo planeta poderia estar muito mais perto, já que a órbita dos corpos do Cinturão de Koiper deslocou-se pouco além de 50 UA. Eles também afirmam que, em termos de tamanho, o planeta é comparável a Marte.
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Outros astrônomos, no entanto, são menos rápidos em abraçar nessa linha de pensamento. Alessandro Morbidelli, do Observatório da Côte d’Azur localizada em Nice, na França, disse à New Scientist: “Tenho muitas dúvidas que um planeta tão próximo e tão brilhante permaneça despercebido”.
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Ainda assim, Volk está confiante quanto às descobertas, que devem ser publicadas na revista The Astronomical.
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“Teria que ser uma coincidência muito grande para que elas não tenham respaldo na realidade”, disse. “Acreditamos que haja um sinal legítimo ali, e isso implica um planeta adicional”.
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A descoberta de novos corpos no Cinturão de Kuiper pode contribuir para reforçar ou desconsiderar essa pesquisa. De qualquer forma, nossa pequena família solar continuará a crescer por meio dessas relações a longa distância.
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