Site Operacaoprato.com obteve acesso a relatório de médicos militares que examinaram vítimas do Fenômeno Chupa-Chupa, atestando que estas não se encontravam em condições de saúde normais
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A Operação Prato, realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) no Pará, centrando suas atividades na Ilha de Colares nos três meses finais de 1977, compõe ao lado do Caso Varginha de 1996 e da Noite Oficial dos UFOs no Brasil de 1986 o trio de maiores clássicos da Ufologia Brasileira.
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A região ao redor de Colares, estendendo-se ainda por grandes extensões da Amazônia e mesmo do Maranhão, foi assolada por aparições e contatos assustadores com objetos voadores não identificados em 1977. As pessoas, mesmo diante da precariedade dos meios de comunicação da época, descrevem ainda hoje o clima de medo diante do fenômeno, também batizado de luz vampira, e que atingia suas vítimas com fachos de luz e aparentemente extraía amostras de sangue.
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Essa missão militar, a maior e mais bem documentada pesquisa ufológica oficial de que se tem notícia no mundo, foi revelada para todo o Brasil pela Revista UFO, em suas edições de número 54 e número 55, quando foi publicada a histórica entrevista concedida ao editor A. J. Gevaerd e ao coeditor Marco Petit pelo seu próprio comandante, o coronel Uyrangê Hollanda. Esse extraordinário testemunho, novamente publicado na edição 101 da revista, descreveu impressionantes contatos com UFOs em plena selva amazônica, e até mesmo um encontro muito próximo com uma gigantesca nave em um dos rios da região, quando por muito pouco não aconteceu um contato próximo e diretode nossos militares com os seres que tripulavam a nave. Sabe-se, por outras fontes, que a investigação da FAB teve prosseguimento ao longo dos primeiros meses de 1978 pelo menos, de forma mais esporádica e discreta.
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A Revista UFO levantou mais informações em sua pesquisa na região amazônica, entrevistando ainda personagens importantes dessa história como a médica Wellaide Cecin, que tratou de diversas vítimas do Chupa-Chupa, e o jornalista Carlos Mendes, que em plena ditadura militar arriscou-se para publicar notícias a respeito das espantosas ocorrências em Colares. Todo esse material foi publicado no Dossiê Amazônia, nas edições 114, 115, 116 e 117 da Revista UFO. Agora, novas e surpreendentes informações foram publicadas no site Operacaoprato.com, em extenso artigo assinado por P. a. ferreira, Raphael Pinho, Luiz Fernando, Hélio A. R. Aniceto e M. A. Farias.
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Eles obtiveram um inédito documento, por meio de uma fonte idônia que prefere se manter no animato, descrevendo a participação de oficiais médicos da FAB nos primeiros dias da investigação oficial promovida pelo I Comando Aéreo Regional (I COMAR) de Belém, no Pará.
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CRÉDITO: ARQUIVO
Primeira página do relatório da missão médica no início da Operação Prato
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LUZES DESCONHECIDAS NA SELVA
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O documento descreve como a missão médica, composta pelo então 1º tenente médico dr. Pedro Ernesto Póvoa, e pelo aspirante a oficial médico dr. Augusto Sérgio Santos de almeida (falecido em 2014) chegou ao povoado de Santo Antônio do Ubintuba, no município de Vigia, em 26 de outubro de 1977 às 15h20. Do grupo militar fazia parte o chefe da seção de Inteligência do I Comar, coronel Camilo Ferraz de Barros.
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Ás 16h00 eles se dirigiram à Vila Nova do Ubintuba, ocasião na qual conversaram com várias pessoas que afirmaram terem sido atingidas pelas luzes misteriosas que rondavam a região. No deslocamento para a Ilha de Colares, observaram às 20h05 a passagem do que consideraram como um meteoro, e finalmente chegaram a Colares às 21h20. Em seguida Camilo e os oficiais médicos se deslocaram para Pacatuba, no interior da ilha, enquanto outro militar da equipe teve contato com a senhora N. P. A., de 25 anos.
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CRÉDITO: ARQUIVO
Segunda página do relatório
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Este descreve que a mulher estava sob crise nervosa, mas conseguiu descrever a ocasião em que, acompanhava pela irmã menor, observou a mesma luz que vinha sendo descrita por outras pessoas da região. Esse fato teria se dado às 22h15, e o militar alertou os componentes da equipe médica para fazer o atendimento. De acordo com o relatório, à 00h15 várias pessoas observaram a passagem de um objeto luminoso a baixa altura, não presenciado pelos militares que só souberam do ocorrido quando os populares os informaram a respeito.
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Outra pessoa atendida pelos médicos militares foi a senhora M. B. L. F., de 42 anos, às 00h35 de 27 de outubro, que de acordo com o relatório também aparentava nervosismo. Esta afirmou que se preparava para dormir quando percebeu uma luminosidade e foi então acometida pela crise nervosa.
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Ás 04h05 pessoas observaram uma intensa luz se deslocando ao nível das árvores, o que novamente os militares não presenciaram. Eles finalmente foram para Vigia às 08h00, e o coronel Camilo esteve com o prefeito dessa cidade às 09h45. Uma visita a Santo Antônio do Ubintuba foi o último registro de participação da equipe médica nessa investigação.
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MEDO NO INTERIOR DA SELVA
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CRÉDITO: OPERACAOPRATO.COM
O tenente-coronel médico dr. Pedro Ernesto Póvoa
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O relatório descreve os exames a que os oficiais médicos submeteram as vítimas, que descreveram sintomas mcomo distúrbios de fala, paralisia corporal, sensação de calor intenso e outros. O relatório aponta que os médicos compararam os sintomas observados nessas vítimas com o de outras pessoas que afirmaram terem tido contato com as luzes, e atribuíram tudo a fatores psicológicos e ao que descreveram como "clima de histeria coletiva".
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As atividades dessa equipe médica são mencionadas em sete oportunidades nos relatórios operacionais da Operação Prato, liberados pelo governo brasileiro em resposta à campanha UFOs: Liberdade de Informação Já da Revista UFO. A equipe do site Operacaoprato.com localizou um dos participantes da missão médica, o tenente-coronel médico dr. Pedro Ernesto Póvoa, que exerce funções administrativas no Hospital da Aeronáutica em Belém. Em 31 de maio de 2017 ele aceitou conceder uma entrevista à equipe do site, da qual reproduzimos abaixo alguns trechos:
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Na época da missão militar no interior do Pará (1977), qual era a função que o senhor desenvolvia na Aeronáutica?
Póvoa: Eu era tenente médico psiquiatra. Tinha acabado de ser transferido para Belém para trabalhar no Hospital da Aeronáutica.
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Como o senhor tomou conhecimento do caso de aparecimento de luzes no céu e de pessoas sendo atacadas no interior do Pará?
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Póvoa: Bom, na realidade eu tomei conhecimento disso pela imprensa. O que aconteceu foi que eu fui convocado pelo Comar, que é o órgão central da Aeronáutica aqui em Belém. E o Comar me convocou para que eu fosse como psiquiatra, junto com o médico de lá, que fôssemos lá para investigar a veracidade disso. Foi assim que eu tomei conhecimento.
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Qual o objetivo da equipe médica?
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Póvoa: Avaliar a veracidade desses fatos, do que as pessoas sentiam. Dois médicos foram na missão, eu e o dr. Augusto Sérgio, junto com outros militares que foram investigar outras coisas na área de Inteligência. Verificar o que era que estava acontecendo com as pessoas lá.
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O senhor chegou a examinar alguma vítima que possuía ferimentos feitos pelas luzes?
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Póvoa: Não eram "ferimentos feitos pelas luzes", elas é que diziam isso. Como eu falei antes, a gente via algumas marcas de picada no pescoço, mais nada, e a pessoa muito estressada com taquicardia.
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O que estava por trtás das reações de estresse demonstradas pelos habitantes daquelas localidades?
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Póvoa: Acredito que nessas localidades muito no interior, que tem pouco acesso a informação, uma pessoa relata uma informação e aquilo corre como se fosse uma epidemia, vai passando e todos os outros acabam participando dessa angústia, desse estresse. Isso acho que é muito comum em comunidades muito isoladas.
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O senhor teve contato com o coronel Hollanda?
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Póvoa: Sim, mas o coronel Hollanda não foi nessa missão, foi um outro coronel que eu não me lembro o nome.
Seria o coronel Camilo Ferraz de Barros?
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Póvoa: Exatamente, ele era do setor de Inteligência, foi chefe do A2 antes do Hollanda. Na missão foram ele, talvez um ou dois sargentos, eu e o Augusto. Eu só fui nessa missão. Depois eu soube de outras missões, mas eu não participei. Então eu não sei nem o que aconteceu, nem os relatórios dessas outras missões.
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A permanência da equipe médica nas localidades foi inferior a 24 horas. Qual o motivo do retorno a Belém, foi uma decisão da equipe ou foi uma ordem de algum superior?
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Póvoa: A decisão não foi minha. Havia um coronel no comando, como já havíamos passado uma noite lá ele decidiu que retornaríamos a Belém.
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